Posso
Antigamente o relacionamento com Deus se baseava no cumprimento de leis, ritos e mandamentos, mas após Jesus ter concluído sua obra entramos em um novo tipo de relacionamento com o Eterno, que se baseia nos méritos de Cristo.
A submissão da nossa vida a Cristo, que chamamos de "conversão", gera em nós uma nova vida, uma nova natureza não mais inclinada às obras "da carne" - da nossa velha natureza humana. Ora, se um rato se transformasse numa águia, seria de se esperar que quisesse voar: ninguém vai precisar cobrar dele que voe. Contudo, não poucas pessoas que professam Jesus como seu Senhor e declaram ter uma nova natureza vivem cheias de regras, com uma lista de proibições, obrigações, ritos, contribuições, achando que se obedecerem serão abençoadas e, se não o fizerem, serão castigadas. Todavia, o sangue de Jesus Cristo é suficiente para aniquilar todo e qualquer pecado, e a bondade e a misericórdia de Deus para conosco só dependem da sua graça. Logo, posso tudo e não preciso cumprir obrigação religiosa nenhuma.
É claro que, ao dizermos isso, alguém pode entender que "liberou geral" (mesmo porque existe gente que só precisa de uma desculpa). Entretanto, a questão não é algo ser ou não permitido, mas o que é adequado à nova natureza em Cristo.
Se sou daqueles que olham para o mundo desejando fazer o mesmo que os outros, mas me seguro "por causa da religião", melhor seria que fosse logo participar à vontade e deixasse de enganar a mim mesmo, pois viver dentro de um determinado figurino comportamental não significa nada se meu coração não tiver novos anseios de crescer como imitador de Cristo - de edificar-me.
A liberdade na aliança com o Pai, longe de me liberar para a libertinagem, abriu-me nova perspectiva de vida, na qual o prazer imediato a qualquer custo sai de foco por causa do anseio maior de ser como Cristo. Posso tudo, mas prefiro o que me edifica.
Ser livre não é fazer tudo, mas poder escolher o que convém.